Os distúrbios do sono causados pela pandemia

Mai 6, 2021 | PERTURBAÇOES DO SONO

A influência da COVID-19 não atingiu apenas a saúde, a economia e as liberdades dos cidadãos. Também o seu descanso. Como resultado do confinamento, das restrições e do nosso próprio medo à doença, as pessoas começaram a sofrer uma série de distúrbios do sono causados ​​pela pandemia. Uma perturbação recorrente à escala mundial. Analisámos esses distúrbios e como combatê-los.

Como o Coronavírus mudou a nossa rotina do sono e a qualidade do nosso descanso

De forma natural, e devido aos ritmos de vida atuais, fatores como ambição profissional ou falta de trabalho, conciliação familiar, estudos, questões de saúde e económicas, têm influenciado a nossa saúde física e mental. Problemas e preocupações que nos causam stress e ansiedade, reduzindo assim o nosso descanso noturno. De repente, damos voltas na cama, sem conseguir dormir. E as suas consequências lógicas, é uma perda de bem-estar e concentração no dia seguinte.

Se todos os elementos relatados anteriormente já influenciam o nosso descanso, o maldito 2020 trouxe-nos a pandemia causada pelo Coronavírus. Em meados de março encontramo-nos fechados nas nossas casas, com total incerteza, e um isolamento que a única coisa que provocou foi um aumento exponencial do stress e da ansiedade. O medo de perder o emprego, os problemas financeiros ou a saúde dos familiares tornaram-se mais fortes e preocupantes. Como dormir à noite no meio a uma pandemia global? Como iríamos contornar os pesadelos?

Mesmo meses depois do confinamento domiciliário, até aqueles que dormem facilmente ainda têm problemas para adormecer. Por tudo isto dormimos pior:

Aumento dos níveis de stress, ansiedade e até de depressão

Desde março, estamos mais preocupados com a saúde, as nossas famílias, dinheiro, trabalho, os filhos e as leis que flutuam dependendo da ferocidade do COVID-19. Em resumo, pelo futuro e pelas nossas próprias vidas.

O isolamento derivado do confinamento

Ainda que já não estejamos sujeitos ao temido confinamento doméstico, as consequências ainda são perceptíveis no nosso descanso. Além disso, agora estamos a passar pela era do encerramento perimetral de cidades, comunidades e regiões, o que acarreta o cancelamento de planos e o afastamento de seres queridos. Tudo isto pode levar a ansiedade ou depressão.

Alterações e modificações na rotina diária e nos nossos horários

Há pessoas que estão em teletrabalho uma semana, outra de forma presencial e na terceira semana do mês já podem estar em LAYOFF. E ainda há mais. Se saíssemos do equilíbrio trabalho-vida, a falta de convivência social ou o tempo de reclusão resultariam numa espécie de ausência temporária em que todas as horas pareciam iguais. As consequências foram a interrupção do ciclo natural sono-vigília e problemas psicológicos ou emocionais.

Aumento do uso do telemóvel, tablet ou computador

Seja pelo teletrabalho propriamente dito ou pela ausência de atividades laborais, familiares ou sociais, o confinamento levou-nos a um maior uso de ecrãs. As plataformas de streaming aumentaram as visualizações de séries, filmes e documentários, as redes sociais ficaram repletas de conteúdos e vivemos mais do que nunca a olhar para dispositivos eletrónicos. A luz azul emitida por este tipo de aparelhos interrompe a produção da hormona do sono, interrompendo o ciclo natural do sono e da vigília.

Maior consumo de álcool e outras substâncias

As pessoas com tendências mais viciantes e mesmo aquelas que nunca tiveram problemas dessa natureza podem cair em consumo abusivo de álcool e outras substâncias. Seja para se evadir ou para aliviar o stress e o tédio, beber mais do que o normal tem levado a uma pior qualidade do sono.

Sonhos mais estranhos e maior presença de pesadelo

Mesmo as pessoas que não tiveram tantos problemas em adormecer e dormir viram o número de noites nas quais sofriam de pesadelos aumentar. As pessoas não só partilharam medos, perda de entes queridos ou problemas de trabalho, mas também sonhos e pesadelos estranhos.