O que são os ritmos circadianos?

Mar 9, 2022 | CURIOSIDADES | 0 comments

Há várias maneiras de responder à pergunta sobre o que são os ritmos circadianos. Podemos fazê-lo de uma forma mais biológica, mais metafórica, ou mais prática. Ainda que quase sempre nos referiremos a eles como parte do nosso relógio interno. 

O que são exatamente os ritmos circadianos? 

Atendendo à sua definição mais académica, os ritmos circadianos fariam referência ao conceito científico que fala das oscilações de carácter biológico, e que se produzem em intervalos regulares de tempo. Um processo interno que afetaria, quer os seres humanos, como as plantas, os animais, e restantes organismos. 

Se colocarmos o foco apenas em nós, nas pessoas, os ritmos circadianos seriam definidos como essas mudanças físicas, mentais e incluso comportamentais que são governadas pelos ciclos de 24 horas. 

A definição mais simples e imediata apontaria os ritmos circadianos como um relógio biológico que temos, já que vários sistemas biológicos que se produzem no nosso corpo seguem uma série de ciclos que se repetem a cada 24 horas. E, entre estes ritmos biológicos cíclicos, obviamente encontramos o ritmo circadiano do sono.

Assim influenciam os ritmos circadianos no corpo humano 

Após responder à grande questão, a segunda que se nos apresenta na mente seria a seguinte: qual a influência dos ritmos circadianos na saúde?

Basicamente, a sua influência é a de ter transcendência e presença em muitos dos processos que acontecem no nosso corpo, como hábitos alimentares, digestão, ciclos do sono, libertação de hormonas, ou regulação da temperatura corporal.

Os ritmos circadianos e o sono 

Finalmente chegamos ao ponto mais importante: a relação entre os ritmos circadianos e o sono. Seguramente, a associação mais comum que existe. E, ainda que todos tenhamos uma série de padrões do sono, existe um ciclo genérico que é regido pelas horas de luz.

Este ritmo circadiano mais repetido é o que provoca um aumento da temperatura corporal e a segregação da hormona conhecida como melatonina. Isto sucede quando começa a escurecer, já que os olhos recebem essa informação em relação à luz, através dos nervos óticos, e transmitem essa informação ao cérebro. Assim seria o processo biológico que explicaria a sonolência. E esta é a explicação científica acerca do motivo pelo qual dormimos de noite. 

Por outro lado, quando nos expomos à luz nas primeiras horas da manhã, todos esses níveis de melatonina libertados pela glândula pineal baixam para valores mínimos. Sobe o nosso nível de alerta (um vestígio de épocas passadas, quando éramos caçadores e recolectores), e o corpo entra em estado de vigília. 

No que diz respeito à sonolência que se produz depois de comer, basicamente existe porque experimentamos outro aumento da nossa temperatura corporal, acompanhado pela libertação de melatonina. A diferença para a noite é que este é mais leve e, portanto, podemos contornar o sono.

Podem-se alterar os ritmos circadianos? 

Existe uma série de fatores capazes de alterar e modificar os ritmos circadianos. Falamos de elementos externos, sobretudo ambientais, e de certas alterações no nosso corpo.

Para que aconteça esse desajuste nada aconselhável nos ciclos naturais de luz e escuridão, apenas tem que acontecer a exposição às seguintes situações:

– Impacto direto e constante à luz dos dispositivos eletrónicos, horas antes de irmos dormir (ou pior, quando já estamos na cama). Como já temos explicado, a informação lumínica começa pelos nervos óticos dos olhos. Se os expomos à luz, ainda que seja artificial e eletrónica, esses nervos irão enviar essa informação ao nosso cérebro. Desta maneira, os níveis de melatonina voltam a baixar, o que pode provocar insónias. 

– As mudanças e desajustes horários que podem ser provocados por trabalhos por turnos, ficar acordado até tarde, maus hábitos de vida… Em qualquer destes casos, essas modificações conduzidas por nós mesmos vão alterar os ciclos de luz-escuridão.