O que é a sesta do carneiro ou do burro?

Jun 1, 2022 | DESCANSO, CURIOSIDADES | 0 comments

A sesta do carneiro. A sesta do burro. A sesta do cordeiro. A sesta do borrego. A sesta do porco. Por alguma razão, certo tipo de animais, que nos fazem lembrar de campos ou quintas, são os que dão nome a um tipo muito específico de sesta.

O que é a sesta do carneiro (ou do burro)? 

Se tivéssemos que definir uma sesta clássica, iríamos a esse momento de sono que acontece depois de comer e que, para os mais especialistas e dorminhocos, inclui deitar-se na cama, vestir o pijama, e incluso baixar as persianas. Um modo mais premium, que pode ter a sua versão mais simples com os típicos vinte minutos nos quais ficamos a dormir no sofá depois de comer. Em todo o caso, estamos a falar de dormir depois da refeição. Nunca antes.

No entanto, caso não saiba, existe outro tipo de sesta que não tem a ver com a soneca que fazemos depois de comer, mas, sim, antes. Trata-se da popularmente conhecida como sesta do carneiro. Ou sesta do burro. Ou do cordeiro. Dependendo da zona geográfica na qual se encontre, recebe um nome diferente (ainda que na Real Academia da Língua apenas esteja registada sesta do carneiro).

Sem importar se falamos de sesta do carneiro ou do burro, referimo-nos à sesta que se dorme antes do meio-dia. Ou, contextualizando melhor, antes da hora de almoço. 

Por que é conhecida como sesta do carneiro? 

Conhecemos a soneca que damos ao meio-dia como sesta do carneiro, porque apela diretamente ao tipo de sesta que faziam muitos pastores quando, após muitas horas de pastoreio, que iniciavam ao amanhecer, se deitavam um pouco. Um descanso merecido após caminhar bastantes quilómetros e realizar os seus labores, enquanto as ovelhas e as cabras comiam. Quando estas paravam e os pastores se despertavam, eram eles os que aproveitavam para realizar a sua correspondente refeição, antes de prosseguir com o seu trabalho.

Como costuma suceder com expressões que vêm do passado, e que acabam por perder a essência mais prática, a sesta do carneiro acabou por chegar até aos nossos dias. Uma expressão envelhecida em plena sociedade do século XXI, que tem muito de história e de romanticismo. 

É bom para o nosso descanso fazer a sesta do carneiro? 

O ritmo de vida atual levou-nos a uma perda considerável de qualidade no descanso e nas horas de sono. Por muito que os especialistas no sector e a comunidade médica recomendem com insistência a importância de dormir oito horas ao dia, cada vez menos gente cumpre este requisito. 

Em regra geral, as pessoas têm vindo a perder horas diárias de sono, até acumular cerca de duas horas de média. Uma descida que não se deveria equilibrar com a sesta, e menos com este tipo de sesta que acontece antes de comer. 

Se os dados assinalam que apenas 16,2% dos espanhóis dormem a sesta, menos ainda é a população que aposta pela sesta do carneiro. O tipo de trabalho de que dispomos e a vida familiar transformam esta sesta numa verdadeira utopia, ou em algo mais próprio dos finais de semana. 

Recuperar o sono perdido é algo que não se vai alcançar com sestas prévias ou posteriores ao almoço. O ideal é tentar regular os nossos horários, manter uma dieta saudável e equilibrada, praticar exercício com regularidade, afastarmo-nos dos dispositivos eletrónicos quando chega a noite e, sobretudo, apostar por um conjunto de descanso de qualidade.

É importante também refletir sobre um tipo de sesta que se vai produzir ao meio-dia e antes de comer. Colocando-nos nessa situação, nem vai resolver a falta de sono, nem nos vai deixar de bom-humor. Aliás, o mais provável é que aconteça exatamente o contrário. A sensação de não ter descansado, e a possibilidade de que a nossa mente fique um pouco mais letárgica, são mais prováveis de acontecer do que o feito de acordarmos com as baterias recarregadas. 

Em conclusão, desde a Maxcolchon não recomendamos este tipo de sestas, exceto em dias ou situações pontuais, e que se podem produzir como consequência de um dia festivo, mas nunca como norma.