O que é a hipersonia em idosos

Mai 29, 2022 | CURIOSIDADES | 0 comments

Uma das imagens mais associadas com a terceira idade e os idosos é vê-los a dormir constantemente, incluso durante o dia. E, em muitas ocasiões, fazê-lo mais num sofá com a luz do dia, do que na cama pela noite. As combinações são infinitas, mas o problema sempre tem o mesmo denominador comum: a hipersonia. 

O que é a hipersonia, e por que afeta tanto os idosos? 

É conhecida pelo nome de hipersonia, e refere-se ao transtorno do sono que afeta a população mais idosa. Ao chegar a determinada idade, as pessoas sofrem alterações no seu relógio biológico, de tal forma que padecemos de um maior sono excessivo durante o dia, quando comparado com a noite. Algo que também pode suceder, mesmo que durante a noite se durmam as horas suficientes. A consequência de tudo isto é que os idosos que a padecem acabam por sofrer de falta de concentração e energia. 

A medicina divide a hipersonia em duas variantes muito diferenciadas. Por um lado, a primária. Aquela que é incapaz de explicar o excesso de sono, e que não é provocada por causas mais orgânicas. Por outro lado, a hipersonia secundária está provocada por condições de índole médico: síndrome de Parkinson, síndrome de fadiga crónica, insuficiência renal… Em qualquer destas duas categorias, afeta mais a população masculina do que a feminina. 

Outras causas que provocam a hipersonia nos idosos é o consumo de álcool, tabaco e certa medicação, cujos efeitos secundários possam interferir com este transtorno do sono.

Tipos de hipersonia 

Ainda que as suas causas se dividam em duas, como pudemos ver anteriormente, existem até três tipos de hipersonia:

Hipersonia idiopática com sono reduzido: 

Esta categoria afeta aqueles idosos que, apesar de dormirem entre 6 a 10 horas pela noite, sofrem de dificuldades para se despertar pela manhã, ou depois das diversas sestas diárias que fazem. 

Hipersonia idiopática com sono prolongado: 

Os dormentes chegam a ter descansos noturnos de até 12 ou 14 horas. No entanto, este sono ainda lhes permite realizar sestas longas, de entre três a quatro horas, que se veem agravadas com dificuldades para se despertarem. 

Hipersonia recorrente: 

A vertente mais rara e pouco comum diz respeito a esta categoria, mais normal nos homens, e que se costuma produzir entre 1 a 10 vezes ao ano. 

Consequências de sofrer de hipersonia 

A hipersonia é um transtorno do sono comum entre as pessoas mais idosas. O feito de que tenha ficado associada à terceira idade não significa que deixe de ser menos grave em alguns casos. É que este transtorno traz consigo uma perda da qualidade de vida das pessoas que a sofrem, e incluso daqueles que os rodeiam.

– Maior irritabilidade.

– Fadiga.

– Cansaço.

– Desorientação.

– Perda de memória.

– Mudanças de humor e modificações no estado de ânimo.

– Falta de apetite e má alimentação.

– Problemas de sociabilidade.

– Diminuição das atividades. 

– Deterioramento do estado físico.

Pode-se evitar o seu aparecimento, ou é inevitável, quando chegamos a certa idade? 

Esta é a pergunta mais repetida quando chegamos a uma altura em que os nossos avós ou pais alcançam uma determinada idade, e observamos como têm a tendência a dormir mais horas, e a fazê-lo muito durante o dia. Por muito que o imaginário coletivo tenha associado a hipersonia com a terceira idade, é um transtorno do sono que pode ser tratado. 

O primeiro de tudo será consultar com um médico, para que realize um diagnóstico e estabeleça qual o tipo de hipersonia de que padece. A partir daí, será prescrito um tratamento, que pode derivar em duas vertentes muito diferenciadas:

  • De tipo farmacológico: o médico especialista determina que uma medicação apropriada pode regular a sonolência do paciente. 
  • De tipo não farmacológico: através de técnicas de comunicação que evitem o isolamento social, e terapias corporais que incluam exercícios para ativar o corpo e limitar assim as horas de sono, pode-se ajudar os nossos idosos a que não sofram de hipersonia. 

Focando-nos neste último aspecto mais relacionado com a ajuda familiar, é importante realizar um controlo que lhes regule as suas rotinas diárias e o horário de sono. Além disso, há que ter paciência quando se mostram mais irritáveis e com constantes mudanças de humor. Definitivamente, deveremos recordar tudo o que já fizeram por nós, quando as suas faculdades estavam no seu máximo esplendor, dar-lhes esse carinho, protegê-los e ajudá-los.