Descanso e rendimento académico
Começa o ano escolar e, com ele, uma mudança na rotina drástica, que nos obriga a estar preparados para o novo dia a dia. Isto pode ser complicado para muitos, que, ao invés de tentarem deitar-se mais cedo, atrasam a hora de ir dormir, para poder levar a cabo algumas das tarefas pendentes.
Isto, ainda que possa parecer algo de pouca importância, pode ter consequências nefastas no nosso descanso, como é normal, mas também no nosso rendimento académico. E é que ambos se encontram estreitamente ligados.
Descanso e rendimento académico: como se relacionam?
É bem conhecido que não dormir bem pode ter consequências nefastas na nossa saúde a longo prazo. No entanto, a médio e curto prazo também pode resultar em efeitos negativos, sobretudo no que diz respeito ao nosso rendimento cognitivo.
E é muito provável que, se na noite anterior não conseguimos dormir bem, ao dia seguinte nos custe mais trabalhar. De fato, a investigação a esse respeito apoia essa conclusão: uma revisão de estudos por parte da Revista de Neurologia publicou em 2020 que “um sono inadequado afeta negativamente o rendimento académico dos estudantes universitários”.
Segundo esta investigação, um sono de má qualidade ou insuficiente pode ter como consequência a sonolência. Por sua vez, esta apresenta repercussões nas funções cognitivas, o que tem um efeito claro sobre o rendimento académico.
Além do mais, os autores explicam que parece haver três tipos de pessoas, no que aos seus horários diz respeito: em primeiro lugar, encontramos as pessoas matutinas, que têm tendência a despertar-se cedo e deitar-se cedo; depois há àquelas que são vespertinas, que costumam despertar-se e adormecer tarde, e por último, todas aquelas pessoas que se encontram a meio caminho.
O que parece claro, tal como se explica no artigo mencionado, é que a regularidade do sono é um fator que contribui para um melhor rendimento académico. Assim, os autores concluem que um sono insuficiente, um sono irregular, e uma má qualidade de sono em geral, têm repercussões negativas no rendimento académico.
Mas, o que podemos fazer diante desta situação? Como reverter as consequências negativas de um mau descanso no nosso rendimento académico?
Medidas para que o descanso não interfira no rendimento académico
Se acredita que o descanso pode estar a interferir no rendimento académico dos seus filhos, pode ser que precise de tomar medidas a esse respeito, e colocar certos limites à desordem rotineira. Damos-lhe alguns conselhos que poderiam servir-lhe para isso:
Começar uma rotina o mais cedo possível
Se é dos que espera até ao último minuto para se levantar, o melhor é que isto mude o quanto antes, se quer que descansem melhor, e que o seu rendimento académico também se veja favorecido.
Neste sentido, o feito de levar uma rotina desde cedo poderia ser de grande ajuda. Quanto antes nos levantemos para fazer coisas, mais rápido o nosso corpo se ativará. Isto poderia desencadear, por sua vez, que estejamos mais cansados pela noite, e nos deitemos antes.
Exercício físico
Incluir o exercício físico no dia a dia poderia melhorar o nosso descanso e, por arrasto, o nosso rendimento académico. De fato, os estudos assim o confirmam: os especialistas recomendam realizar exercício físico para aliviar a nossa ansiedade, e conseguir um maior bem-estar.
Em concreto, segundo uma investigação levada a cabo pelo doutor Fernando Maureira, especialista em Neurociência, a aptitude cardiorrespiratória, ou a prática de exercício aeróbico, costumam ser as grandes potenciadoras da linguagem e das matemáticas.
Ainda assim, parece que, ao realizar exercício, as nossas funções cognitivas se veem favorecidas e, com isso, também o nosso rendimento académico. Faça exercício, se puder, pelas manhãs e pelas tardes, e nunca duas horas antes de ir dormir.
Já está a ver que um dos grandes responsáveis pelo baixo rendimento pode ser o nosso descanso. Preste atenção à forma como dorme, e a quanto dorme e, se achar necessário, tome medidas. Dormir vai ajudá-lo muito!
