Alucinações hipnopômpicas ao acordar

Set 30, 2021 | CURIOSIDADES | 0 comments

Até agora, associava as alucinações a todas aquelas perceções sensoriais que não provinham de estímulos reais. Ruídos, cheiros, ou incluso objetos que, apesar de não estarem presentes, o nosso cérebro captava os seus estímulos. Mas há um tipo de confusões que podemos tocar, cheirar, escutar ou ver, que não se produzem quando estamos despertos. Ou, pelo menos, não de todo despertos: as alucinações hipnopômpicas.

O que são as alucinações hipnopômpicas?

Ocorrem imediatamente após nos despertarmos. Incluso alguns instantes antes. No ponto exato entre o sono e o despertar, apercebemo-nos de uma série de vislumbres, odores, sons, sabores ou sensações, que não pertencem nem ao mundo dos sonhos, nem à realidade. Chamamos-lhes alucinações hipnopômpicas, e são aquelas que se produzem num estado intermédio entre o sono e a vigília.

Enquanto estamos a acordar, sofremos uma confusão na qual nos apercebemos de imagens ou impactos auditivos, tácteis ou olfativos, que carecem de vinculação real com a existência. Uma realidade que não sabemos se é verdadeira, ou fruto da nossa imaginação, mas que experimentamos como se assim fosse.

As alucinações hipnopômpicas geram confusão, por causa da junção produzida entre a distorção da realidade, e a alucinação que experimentamos. Através de imagens ou perceções dos nossos sentidos que não existem, origina-se um sentimento de terror ou ansiedade, que pode chegar a provocar-nos lesões acidentais, por cairmos da cama, ou batermos em algo.

Estas alucinações também podem ocorrer durante a paralisia do sono. Felizmente, não estão consideradas como patológicas, já que carecem de gravidade, ou efeitos secundários. Simplesmente, são uma espécie de limbo no qual cheiramos, saboreamos, ouvimos, tocamos ou vemos coisas que parecem saídas dos nossos próprios sonhos.

Quais são os sintomas das alucinações?

Existe um só sintoma, que engloba tudo o que esteja relacionado com as alucinações hipnopômpicas: a imaginação através dos sentidos de objetos ou eventos de carácter real, justamente no momento em que nos estamos a despertar. Geralmente, através da vista, mas também é possível com o olfato, o paladar, a audição ou o tacto, apercebemo-nos de uma série de alucinações, que podem provocar um medo extremo, ante a sensação de realidade que nos invade.

Em geral, tanto as visuais, como as auditivas, são as mais comuns. Possivelmente provocadas por situações de stress ou ansiedade, as alucinações auditivas carecem de um significado de índole psicológico, ou de qualquer tipo de leitura, mas podem incluir os seguintes sons: apitos, ruídos agudos, explosões, ruídos confusos e pouco claros, ou ruídos aleatórios.

Em alguns casos, quiçá os mais graves, os sons percebidos podem assemelhar-se à voz humana, o que provoca um maior medo no dormente. No que diz respeito ao âmbito táctil, as piores fantasias estão relacionadas com a sensação de insetos e bichos sobre o corpo humano.

Causas mais comuns das alucinações hipnopômpicas

O estudo realizado pela Biblioteca Nacional de Medicina no Reino Unido determinou que até um terço da população havia experimentado pelo menos uma alucinação deste tipo na sua vida. Resultados muito similares aos de uma investigação paralela realizada nos Estados Unidos, e que apontavam para uns 25% da população norte-americana.

No que diz respeito às causas exatas e mais comuns que podem chegar a originar as alucinações hipnopômpicas, as conclusões ainda não estão de todo claras, mas têm encontrado certos padrões comuns:

– Abuso de certas substâncias estupefacientes.

– Consumo de álcool.

– Stress, ansiedade e depressão.

– Insónia.

– Narcolepsia.

– Transtornos psicológicos, como a bipolaridade.

Por último, destacar que estas alucinações são mais frequentes entre a população jovem (adolescentes e menores de 40 anos), e com maior probabilidade de aparecer entre as mulheres.